16
nov
2021

Exames grafotécnicos

Especialista fazendo perícia de assinaturas

O mundo da perícia sempre foi alvo de curiosidade. Trata-se de algo que não faz parte do dia a dia das pessoas. Mesmo no ambiente jurídico, o tema atrai atenção, e quando se trata de perícia em Grafoscopia, não é diferente.

A fim de sanar esta curiosidade, o artigo de hoje busca esclarecer como é o trabalho operacional de um perito grafotécnico. Através de um olhar mais atento aos exames grafotécnicos, vamos expor de maneira simplificada como é o processo.

Antes de adentrar ao tema proposto, vale destacar que assim como a impressão digital, a forma como uma pessoa escreve pode tornar sua letra e assinatura únicas.

Uma escrita ou assinatura que, para olhos leigos é autentica, aos olhos de um perito treinado com os equipamentos apropriados pode não ser.

O fato é que as relações entre as pessoas geram documentos que precisam ser assinados ou preenchidos em algum momento. Assinaturas falsas, escrituras falsificadas, contratos fraudulentos, cheques e recibos adulterados são alguns dos casos mais comuns.

Os tribunais estão recheados de exemplos de casos, em que o juiz ou alguma das partes questiona a autenticidade de determinadas assinaturas ou escritas.

Quando surge esta dúvida, é solicitado o trabalho de um expert no assunto.

Depois de acionado o expert/perito realiza os exames grafotécnicos e tem condições de atestar se a letra ou assinatura é ou não de determinada pessoa.

Os exames grafotécnicos podem ser genéricos e genéticos, vejamos:

Exames genéricos:

  • Calibre - é a dimensão, a medida do caractere;
  • Espaçamento Gráfico – é a distância entre caracteres analisados na escrita;
  • Comportamento Gráficos – é a direção e a distância analisados entre o ponto de partida em relação à pausa ou base;
  • Proporcionalidade Gráfica - é a relação dimensional entre partes da escrita;
  • Valores Angulares e Curvilíneos – trata-se de avaliar a predominância de ângulos e de curvas nas formações gráficas;
  • Inclinação Axial - está relacionada aos eixos gramaticais;
  • Inclinação da Escrita – está relacionada à média de inclinação dos caracteres e complexos da escrita.

Exames genéticos:

  • Pressão - é a força vertical aplicada durante a escrita;
  • Progressão - é a força horizontal aplicada durante a escrita;
  • Momento Gráfico – trata-se da análise de traçados contínuos da escrita;
  • Ataque - é o início da escrita, o primeiro traço;
  • Desenvolvimento - é o traço intermediário da escrita;
  • Remate - é o final da escrita, o ultimo traço;
  • Mínimo Gráfico - é o traçado particular da pessoa.

Existirem muitos mitos relacionados à escrita, mas é possível sim, identificar fraudes ou atribuir a autoria de um texto através do exame grafotécnico.

Para a identificação da grafia ou escrita de uma pessoa é necessário avaliar diversos fatores.

Letra após letra a escrita se forma a partir de movimentos que a mão realiza depois de receber ordens, impulsos do cérebro. Cada ponto, cada traçado é feito desta forma. Este mecanismo forma o que chamamos de imagem condutora formal.

Esta imagem fica registrada no cérebro e se trata da forma como a pessoa entende que cada letra deve parecer. Então, o cérebro busca o registro impresso no subconsciente e guia os movimentos da mão.

Este condicionamento do cérebro torna a grafia diferente de uma pessoa para outra. A própria pessoa pode tentar mudar a escrita, mas vai deixar evidências. Duas pessoas podem tentar escrever da mesma forma, mas, inevitavelmente os gestos vão ser diferentes, já que o cérebro de cada um vai enviar uma ordem.

A olhos leigos as escritas podem ficar parecidas, mas para o perito as diferenças serão aparentes.